40 mil professores reunidos no vão livre do MASP fazem a tropa de choque recuar. Aos gritos “PAULISTA! PAULISTA”!
Os professores avançam sem temer sobre a barreira montada pela PM. Soldados nervosos com suas motocicletas paradas cobrem o nome nas fardas, agitam suas latinhas de spray de pimenta. Fecham a avenida do “povo”, impedido a passagem da passeata. A ordem era para que fosse desviada para a Rua Frei Caneca.
E aos gritos “PAULISTA! “PAULISTA”, e ao som do apitaço, a resistência popular se mantém firme.
No meio dos sons da caminhada cívica, uma voz feminina se faz ouvir, uma professora esposa de policial militar, de família de militares, pede para a tropa não atacar, para desobedecer às ordens do comando. Mais um momento histórico deste dia de barricadas, que fica marcado na história de lutas do professorado brasileiro.
E sem que o Comando Militar percebesse os policiais deixam um espaço aberto na barreira, na esquina da Paulista com a Frei Caneca, e por este corredor da liberdade, a passeata ultrapassa a barreia imposta pelo Comando da Polícia Militar.
A fila de soldados que impedia a passagem dos professores, fica então bem no meio de uma multidão numericamente superior. Como se fosse o recheio de um pão, e a multidão avança heroicamente sobre o corredor fascista, que tentava impedir que o movimento popular avançasse. Criado o impasse! Resistir à força do “povo unido”, cheio de verdades históricas era impossível, e a ordem do Comando da Polícia veio através dos comunicadores, “retirar sem resistir”. E os soldados saíram com as suas motas, pagas com dinheiro do contribuinte, o mesmo contribuinte que estava sendo impedido no seu direito mais sagrado que é o de “protestar”, de “lutar pelos seus direitos”.
Os policiais militares tomam então a direção da Frei Caneca, a mesma rua que queriam que fosse usada como desvio pela passeata. Saíram debaixo de vaias, e apupos dos populares. Enquanto isso os prédios comerciais, alguns residenciais jogavam papel picado sobre as cabeças dos professores manifestantes.
A passeata prossegue em direção a Avenida da Consolação, agora recebendo “proteção” da polícia que segue à frente segurando o trânsito, com carros e policiais andando de trás para frente. O destino é o antigo prédio da Escola Caetano de Campos, transformado em Secretária de Estado da Educação. Olhando para trás do baixio da Avenida da Consolação, o coração bate mais forte: parecia a PASSEATA DOS 100 MIL CONTRA A DITADURA MILITAR.
A GREVE CONTINUA – NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA HAVERÁ NOVAMENTE
ÔNIBUS COLOCADOS A DISPOSIÇÃO DO PROFESSORADO PARA O TRANSPORTE ATÉ SÃO PAULO. AGUARDEM CAMINHÃO DE SOM DA APEOESP – CONVOCANDO – PROFESSORES – ALUNOS (MAIORES DE 18 ANOS). A SAÍDA SERA REALIZADA AS 12h00min HORAS NAS PROXIMIDADES DA CRECHE SÃO ANTONIO.
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